04 março 2009

Universo Imaginário

Aguarela sobre papel, 30 x 40 cm, 2009


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Céu baixo, grosso, cinzento
e uma luz vaga pelo ar
chama-me ao gosto de estar
reduzido ao fermento
do que em mim a levedar
é este estranho tormento
de me estar tudo a contento,
em todo o meu pensamento
ser pensar a dormitar.
Mas que há para lá do sonhar?

"Que Há para Lá do Sonhar?", Vergílio Ferreira, in "Conta-Corrente 1"

28 fevereiro 2009

Flamingos Entrelaçados

Aguarela e Lápis de Cera sobre papel, 30 x 40 cm, 2009

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Há pessoas que vêem as coisas como elas são
e que perguntam a si mesmas: ''Porquê?''
e há pessoas que sonham as coisas como elas jamais foram
e que perguntam a si mesmas: ''Por que não?''

George Bernard Shaw

18 janeiro 2009

Pessoa, Poeta Fingidor

Tinta da China e Aguarela sobre papel, 30 x 40 cm, 2009


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O poeta é um fingidor.
Fernando Pessoa
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Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidades eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora.
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Álvaro de Campos, in "Poemas"

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Os heterônimos são invenções de personagens completos, que têm uma biografia própria, estilos literários diferenciados, e que produzem uma obra paralela à do seu criador. Fernando Pessoa criou várias dessas personagens. Três delas foram excelentes poetas: Ricardo ReisAlberto Caeiro e Álvaro de Campos.